sexta-feira, março 24, 2006
Horas
Horas, horas sem fim,
pesadas, fundas,
esperarei por ti
até que todas as coisas sejam mudas.
Até que uma pedra irrompa
e floresça.
Até que um pássaro me saia da garganta
e no silêncio desapareça.
Eugénio de Andrade
pesadas, fundas,
esperarei por ti
até que todas as coisas sejam mudas.
Até que uma pedra irrompa
e floresça.
Até que um pássaro me saia da garganta
e no silêncio desapareça.
Eugénio de Andrade
Comments:
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"E é amar-te assim perdidamente
e é seres alma e sangue e vida em mim
e dizê-lo cantando a toda a gente"
Diz lá se sabes de quem é este....
e é seres alma e sangue e vida em mim
e dizê-lo cantando a toda a gente"
Diz lá se sabes de quem é este....
Mesmo antes de sair do escritório ainda me lembrei de outro melhor, é mais ou menos assim:
"O poeta é um fingidor e finge tão completamente que chega a fingir a dor, a dor que deveras sente"
"O poeta é um fingidor e finge tão completamente que chega a fingir a dor, a dor que deveras sente"
Não fui eu que pus o post, nem sei de quem são os comentários. De qualquer maneira, fácil:
- O primeiro é de Florbela Espanca, embora tenha sido popularizado por uma canção de um artista contemporâneo;
- O segundo é de Fernando Pessoa (ele próprio, sem heterónimo), e vem no Cancioneiro. E continua:
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
Vou repetir a última, que merece:
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração
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- O primeiro é de Florbela Espanca, embora tenha sido popularizado por uma canção de um artista contemporâneo;
- O segundo é de Fernando Pessoa (ele próprio, sem heterónimo), e vem no Cancioneiro. E continua:
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
Vou repetir a última, que merece:
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração
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